A Pesca Desportiva

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Blog de pesca desportiva. Muitos dos temas foram publicados em sites de pesca desportiva.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

MIGREI PARA

MIGREI PARA :

A Pesca Desportiva

FIQUEM BEM

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Algas japonesas na Ria Formosa

Quando li no “Postal do Algarve” a noticia do aparecimento de algas japonesas, "sargassum muticum", na Ria Formosa, em 2006-03-02, o assunto não era novidade para mim porque a mesma notícia havia sido dada no inicio da semana numa das televisões nacionais:

O aparecimento de algas já de si é algo de estranho, sabendo que chegaram à ria através de importação de “ostras” de viveiro, vindas sabe-se lá de onde. Leva-nos a olhar com apreensão para estas agressões ao ambiente.
Mas o mais preocupante é a falta de controlo existente em diversos sectores deste mundo globalizado, onde nunca ninguém se sente culpado pelos atentados contra o ambiente.
São relevantes:
A falta de controlo de qualidade no produtor, porque não é admissível a saída de um viveiro de um produto contaminado;
A falta de controlo do importador;
A falta de controlo dos viveiristas que compraram as ostras;
A falta de controlo das autoridades que supervisionam as instalações dos viveiristas;
A aplicações de multas dissuasoras a quem pratica estes crimes ambientais;
Etc,….
Tornam-se preocupantes estes procedimentos que põem em risco o meio ambiente em que vivemos, levando-nos a pensar que determinadas pessoas só vivem em função do lucro.
A demarcação da direcção do parque é também preocupante, através da sua directora Dr.ª Isabel Pires, podemos senti-lo lendo o que vou transcrever do “Postal do Algarve” de uma entrevista dada à Lusa em que a dita directora diz o seguinte:
“a invasão deste sargaço é um “facto recente e não previsto” e, por isso, estão a guardar indicações do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) para tomarem algumas decisões”
É uma verdade que em Portugal a burocracia é geradora de poder provocar prejuízos incalculáveis ao ambiente, que a autonomia dada aos organismos para tratarem destes problemas é inexistente, que o assumir de algumas responsabilidades para ultrapassar os acidentes ambientais sem autorização superior, como o de que estamos a falar, pode trazer problemas pessoais quando tomados.
Não se compreende que quando está em risco toda uma economia que tem numa ria saudável o rendimento de sustentabilidade de muitas famílias, esta praga ambiental não tenha um tratamento de erradicação adequado e imediato, e sejam organismos de defesa ambientais não governamentais a trazer a público e actuarem na recolha e destruição da praga.
Pelo que sei e li, este problema é já uma praga que se alastra em toda a costa europeia, mas que não seja nada feito para preservar os locais onde ainda não havia chegado, é demais, mas é a sociedade que temos, assim, os cidadãos tem por vezes de recorrer à substituição do próprio Estado.
Esperamos assim que o Estado na Primavera siga o conselho do coordenador do grupo de investigação da Universidade do Algarve, Rui Santos, e proceda à recolha das algas que começam a ameaçar o ecossistema de espécies únicas no mundo como os cavalos-marinhos, os peixes e os bivalves que utilizam a ria como maternidade.

Decidi publicar mais este artigo como forma didáctica de dar a conhecer como as pragas se podem propagar devido á incúria dos importadores de divaldes, assim como, á falta de fiscalização que a direcção do parque exerce sobre os viveiristas que cultivam bivaldes dentro da área protegida.

Desconheço se a limpeza das algas foi realizada.

Fiquem bem.

Alguns nós usados na pesca

Arbor Knot
Nó para fixar a linha ao carreto para posterior enchimento da bobine
Primeiro passa-se a linha pelo carreto
Segundo faz-se um nó na ponta do fio, depois aplica-se um nó que envolve a linha que se vai bobinar
Por fim ajustam-se o fio á bobine do carreto e passa-se à bobinagem do fio.


Stren Knot
Quando pretendemos unir duas linhas de diferentes diâmetros podemos utilizar este nó, neste caso são dois nós independentes, iniciando-se a tarefa pelo mais grosso

Une-se as duas linhas paralelamente, dá-se uma laçada para a esquerda
Enrola-se por dentro da laçada algumas voltas e passa-se a ponta final por fora de modo a dar o nó, ajusta-se o nó não muito justo, inicia-se a outra parte do nó em sentido contrário e, realiza-se o aperto final do nó.

Nó empate anzol
Palomar Knot – Nó Palomar
Imoproved Clinch Knot – Nó para Destorcedor
Non-Slip Mono Loop
Surgeon’s Knot
Stren J knot
Dropper Loop
Fiquem bem

sábado, 2 de fevereiro de 2008

AS PRAIAS DA MANTA ROTA, CACELA VELHA E SITIO DA FÁBRICA

Estas praias localizam-se no concelho de Vila Real de St.º António.

São algumas das inúmeras praias a que se tem acesso desde Tavira, parte da ria Formosa é defendida pelas dunas que constituem as praias e a protegem da fúria do mar.

Este extenso areal estende-se desde o pontão leste da barra do rio Gilão, sendo interrompido pelos inúmeras aberturas de acesso ao mar da ria, até à barra do rio Guadiana. Ao longo da linha de costa podemos encontrar zonas de pesca diferenciadas.

Fig. 1

É um areal a perder de vista, tanto para barlavento como para sotavento, como se pode ver na fig. 1.

Vou mostrar alguns dos pontos que considero serem os melhores para a prática da pesca desportiva nesta praia que frequento nos meus dias de férias algarvias. Pontos esses que terão como imagens para localização pontos altos da costas como a aldeia de Cacela Velha.

A zona marítima é rica em bivalves, sendo a apanha dos mesmos quase diária na maré vazia tanto por barcos de arrasto como por pescadores artesanais que fazem o mesmo trabalho idos de terra na zona da linha de maré, fig. 2

Fig.2

São inúmeros os pescadores que encontramos entre a Manta Rota e o sitio da Fábrica, praias não concessionadas por isso semi-selvagem, um extenso areal à disposição dos inúmeros banhistas, nudistas e pescadores que frequentam estas paragens.
É um corropio de banhistas percorrendo na maré-vazia este extenso areal, numa distância nunca inferior a 3 ou 4 km num só sentido, por vezes voltando carregados de sacos cheios de inúmeras conchas que dão interminavelmente à costa.

Podem apanhar-se desde os peixes planos como o linguados, pregados, aos sempre apetecíveis sargos, não deixando de pensar insistentemente no mais cobiçado predador, o robalo, por vezes lá aparece uma tão cobiçada dourada.

Fig. 3

Há mesmo quem se aventure a pegar num pequeno bote de borracha e a colocar-se ao largo à pesca em dias de calmaria, como vi fazer em 2006, e voltar com um saco de rede cheio de douradas, sargos, robalos, e sei que mais.
Vamos lá ao que interessa, os diferentes lugares que vos posso mostrar com a minha máquina fotográfica. Para termos uma melhor visibilidade que melhor local senão a aldeia de tempos remotos, onde existe um baluarte de defesa da costa contra os piratas de Antão.

Fig. 4

A fig. 4, mostra-nos a fortaleza de Cacela Velha do outro lado de um dos braços da ria Formosa tirada da praia, tendo o mar nas minhas costas, pode chegar-se até esta praia atravessando o braço de água ou percorrendo cerca de 2 km pela areia deixando o carro na praia da Manta Rota. Até este local podemos ir sempre pescando, continuando a caminhada chegaremos a uma praia que se localiza no sitio da Fábrica e, onde localizamos uma das muitas aberturas da ria em comunicação com o mar.
Fig. 5

Como podemos ver na foto da fig. 5, à nossa direita localiza-se uma baia de águas interiores frente ao sitio da Fábrica com a sua abertura para o mar, dando origem a um ancoradouro. Aqui também se pode chegar de barco vindo de terra ou percorrendo o areal, percorrendo mais 1 km, faremos cerca de 7 km ida e volta desde o parque de estacionamento na Manta Rota até à barra da Fábrica.

Por ultimo deixo-vos, na fig.6, uma imagem dos inúmeros viveiros de bivalves da zona de Cacela Velha e que são o rendimento de muitas famílias e do agrado de inúmeros turistas que assolam a região.

Fig. 6

Fig. 7

Por fim ao longa da caminhada alcançamos à abertura que a zona lagunar faz com o mar, no Sitio da Fábrica
.
Espero que tenham gostado do passeio.
Fiquem bem.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Protecção do nylon

O fio de nylon com que se equipam os carretos necessita de muita flexibilidade e resistência, qualidades que são, por vezes, difíceis de conjugar atendendo ao nylon existente no mercado.

Para se obter um nylon com estas características, sem recorrer às bobines de preços exorbitantes, basta, todavia, proteger o fio com um produto adequado.
Aconselha-se a seguinte fórmula:
Junta-se quatro partes de óleo de linhaça fervida com três partes de ácido mordente (muito utilizado pelos douradores); depois de muito bem misturado acondiciona-se em frascos. A aplicação no nylon é feita com um rolhão de flanela deixando-se secar ao ar.

Mas...não pense que esta protecção é eterna; por isso, deve proceder a nova operação depois de três ou quatro idas à pesca.
Uma outra fórmula que também resulta para o efeito pretendido é a aplicação de um composto de alcatrão e sebo fundidos conjuntamente.

Artigo publicado na:
Publicado na Revista PESCA & COMPANHIA
(ANO I – N.º 1 – DEZEMBRO 1980) – pagina 18 – TRUQUITÉCNICA

Nota: Eu pessoalmente utilizo a "vaselina" liquida, que compro na farmácia, para após um dia de pesca pulverizar as canas, os carretos e linha, após uma boa passagem de água doce, e de três em três idas á pesca desbobino e rebobino a linha dos carretos, passando em ambas as fases com a vaselina, além de a proteger dá-lhe elasticidade evitando-se assim que fique ressequida e se parta com facilidade.
Fiquem bem

domingo, 30 de dezembro de 2007

A PESCA COM BOMBETTE

As bombettes são de origem italiana, elas surgiram para serem utilizadas exclusivamente na pesca da truta em águas interiores, servem também para a pesca de outros peixes de água doce. Tem no entanto vindo a ser utilizada com êxito na pesca de mar.

Praia da Manta Rota, Algarve

Bombettes
  • O material

    Uma cana de dois ou três troços, ou telescópica entre os 3,90 e 4,50 metros, leve, podendo lançar pesos entre as 30 e 50 gramas, para proporcionar bons lançamentos e atingir boas distancias, podemos utilizar uma cana própria para o lançamento de bombettes.

    Um carreto bem equilibrado com a cana, com nylon de 25 a 30 /100.

    A linha principal ou do carreto.
    Começa por se enfiar a linha principal pelo interior da bombette, coloca-se uma pérola de batente e dá-se o nó no destorcedor triplo.

    A realização da baixada

    Deverá ter um tamanho entre 1,20 m e os 2,20 m, em função do peso da bombette tal como está indicado na tabela de comprimentos da baixada.


  • A acção de pesca

    O principio é simples, após executar o lançamento, deixa-se a bombette atingir a superfície da água, trava-se o carreto de forma a baixada ficar depois da bombette, estica-se suavemente a linha , recolhe-se de tempos a tempos imprimindo movimentos á amostra.

  • A isca natural ou artificial, amostra, deve estar sempre em sintonia com a bombette.

  • As bombettes dividem-se em flutuantes, semi-flutuantes, afundantes e super-afundantes , consoante o tipo de pesca praticada, o peixe procurado e os locais de pesca onde pescamos.

    Flutuante - flutua e não tem chumbo no interior;

    Semi-Flutuantes– afunda lentamente provocado pelo peso do plástico;

    Afundaste – afunda não muito rápido, o peso interno está localizado a meio do corpo;

    Super-afundantes –afundam rapidamente, porque o lastro se encontra na cabeça da bombette;



Bombette Milo

  • A bombette tem impresso no seu corpo a designação técnica:

    O peso da bombette, que podem ser de 10, 15, 20, 25, 30, 40 gramas.

    Para poderem proporcionar desde curtos a longos lançamentos.

    O índice EC, que indica qual índice de inclinação da bombette, “0” indica a verticalidade, e o índice 15 que ela se posiciona a 15º em relação à superfície da água.

    O índice “N” é o índice de navegabilidade, as bombettes do mesmo índice “N” terão a mesma acção na água e evoluirão na mesma zona de profundidade qual seja o seu peso.





Este tema tem como principal objectivo lançar a discussão sobre uma actividade de pesca desportiva pouco praticada em Portugal, eu incluído, e melhorar assim os nossos conhecimentos.

Pêche en mer et surfcasting

La Boîte à pêches du Web

La Vedette

sábado, 3 de novembro de 2007

A minha iniciação à pesca

Quando nos anos 80 me iniciei na “pesca de lazer”, unicamente “surfcasting”, a forma e a maneira de estar nesta actividade desportiva tinha outro sentido em correspondência com o passado e o que viria a suceder no futuro.
Desde a minha meninice que alguns dos meus amigos de brincadeira eram já iniciados nesta actividade de lazer.
Tudo começou no nosso habitual local de encontro de fim de tarde, a oficina do Sr. João sapateiro, que ficava por detrás da estação da CP de Sintra do lado da passagem de nível, era pai do Sr. Carlos que durante anos trabalhou na loja Brancana em Sintra, ele aparecia por lá ao fim da tarde para ajudar o pai.
Neste local reuniam-se miúdos das redondezas, talvez mais de duas dezenas das mais diversas idades.
Naquele tempo os momentos de lazer eram consumidos a jogar à bola em plena rua ou junto aos armazéns da CP, conduzindo os famosos carros de rolamentos, a brincar aos cowboys e aos índios, ou numa amena conversa lá pela oficina, e foi assim que muitos começaram a ir à pesca com o Sr. Carlos, na foto, uma forma de a miudagem não enveredar por caminhos estranhos como ele ainda hoje diz.

Esta foto pode ser encontrada no seguinte endereço, propriedade de um grande pescador de Sintra, Pesca em Sintra, agradeço ao Luís Batalha a sua cedência.
No entanto só em 1980, já adulto, fui atraído para esta actividade lúdica, então comprei o meu primeiro material que ainda hoje me acompanha nas poucas idas à pesca.

Comprei então um canelon da marca “Sportex” com 5,50 metros de comprimento, uma cana ligeira de que já não distingo a marca, e dois carretos da marca “Mitchell” os modelos 498 e 4470, material de ataque, sendo eu muito cuidadoso consegui chegar até agora com estas relíquias em condições de levar à pesca com as peças compradas à menos anos. Não devemos esquecer de juntar a este primeiro material uma parafernália de outros acessórios indispensáveis e, a outros menos úteis, como os anzóis, os destroce dores, as chumbadas, bóias, amostras, etc..

Com o conhecimento até então adquirido fui percebendo que para se pescar nem tudo o que se vai comprando é estritamente necessário.
No entanto, só em 1982 a “paixão” por esta actividade de lazer tomou posse dos meus momentos livres, não na totalidade, felizmente.

À altura com dois colegas de trabalho, o Fernando e o Rui, em companhia do meu irmão Carlos, saíamos ao fim de semana, ora ao Sábado ou ao Domingo, raramente os dois dias, e por vezes durante a semana ao fim da tarde, como trabalhávamos por turnos e no mesmo turno, lá íamos em digressão pelos diferentes pesqueiros desde Cascais à Praia de S. Julião, eram nossas a Azóia, o farol da Roca, Adraga, praia Grande e Pequena, Aguda, Samarra, S. Julião e pelo meio os inúmeros pesqueiros que ficam perto destas praias. É destas digressões que hoje sinto saudades, era espectacular estar lá em baixo e ver cá em cima o Farol da Roca, todo aquele silencio que nos rodeia, chegar à Aguda ou à Samarra ainda de madrugada com a humidade e o frio a penetrar-nos através da roupa o corpo, mas valia pelo silencio e pelo peixe que se apanhava, umas vezes sim outras não, mas valia sempre a pena.

O meu primeiro “peixão” foi capturado no “lajão” da praia da Aguda, em Sintra, numa manhã de Primavera, eu e o meu irmão, levantamo-nos de madrugada como era hábito nestas investidas de pesca, ainda o sol não despontava, e já nós descíamos as sempre incomodas escadas da Aguda.

Chegados lá abaixo, como éramos os primeiros, rumamos para a esquerda da praia em direcção ao “lajão”, nesse dia coberto de areia, e formando um areal dentro e fora de água, com um bom fundão para se colocar a isca.

Aparelhei a minha “Sportex” à qual casei o “Mitchell 498” cheio de 0,45, na época era assim fios grossos, um anzol 2/0 para robalos que cravei num rabo de sardinha fresca comprada na praça ao “pardelhas” a 50 escudos o quilo, uma pechincha. Mas era assim, a isca que me acompanhava sempre, naquele tempo, era a sardinha, por um lado era barata, por outro era e é, quanto a mim ainda hoje, o melhor isco. Com isto não quer dizer que não levasse outro, mas em pequena quantidade, liras de lula, buxo de polvo, umas amêijoa, coisa pouca. Por vezes apanhávamos “tiagem” mas eu nunca fui grande espingarda a iscar com tiagem, pelo que desistia cedo.

Bem por fim lá fiz o meu lançamento ainda o dia não tinha clareado. Entretinha-me a empatar uns anzóis, quando surgiu um ruído intenso das gaivotas a grasnar intensamente sobre o mar, logo de seguida senti uma enorme chicotada da ponteira do canelon, seguido de um desenrolar desenfreado da linha do carreto, de seguida repete-se tudo de igual modo. Levantei-me com o coração bastante acelerado, e começo a recolher a linha.

De principio tudo bem lá fui dando à manivela do carreto, mas sempre cada vez mais pesado, até que tinha de ajudar recuando e avançando rapidamente enquanto enrolava a linha até que o monstro chegou finalmente a terra firme. Afinal não era assim tão grande quanto parecia, andava pelos dois quilogramas. Este dia vou sempre recordar com imensa saudade .

O aparelho era sempre o mesmo, linha de diâmetro 0,45 mm ou mesmo 0,50 mm, uma laçada dupla e dois nós, estralho a trabalhar entre estes dois nó, baixada de 1 metro a 1,5 metros, e por último anzol 2/0 com a bela sardinha cortada ao meio, uma vez iscava-se o rabo na outra vez a cabeça.

No fim passava-se por dentro da argola da chumbada de 120 a 150 gramas a laçada final.

Durante muito tempo, digo mesmo desde sempre, o meu isco preferido foi e será sempre a sardinha.

Não quero dizer que não use qualquer outro isco, como ganso, coreano, casulo, amêijoa, lula, etc..

A sardinha servia para todo o tipo de pesca, quer cortadas ao meio, em filetes, cortada ás postas, etc., para apanhar os robalos, safios, ou sargos.

Em 1986, apanhei na praia da Adraga, do lado esquerdo junto ao arco, um baila e uma raia, ambos com cerca de 1,5 quilogramas, com o mesmo isco de sempre, a sardinha.

Entretanto a vida foi sofrendo alterações na disponibilidade de cada um, todos havíamos casado, e as novas responsabilidades fizeram com que o grupo se desfizesse, a amizade não, e cada um passou a ir menos vezes à pesca.

Ainda fui algumas vezes com o meu irmão. No entanto ultimamente tenho ido sozinho ou com outros amigos, ou nas férias, mas poucas vezes.

Quando vou sozinho opto por pesqueiros de praia, praia da Adraga, ou procuro a companhia de um amigo para pesqueiros mais difíceis onde não se deve ir sozinho.

Na primavera vou ver o pôr–do-sol à praia da Adraga, pois como, sou funcionário municipal e tenho horário de plataforma fixa posso sair uma vez por outra ás 16,30 horas, o que na primavera com os dias a crescer e a mudança de horário me permite estar à pesca cerca 5 a 6 horas, incluindo algum tempo nocturno.

Outras vezes lá tiro um sábado ou um domingo para desafiar um amigo para uma surtida até à praias da Aguda, de Samarra, de S. Julião ou mesmo pesqueiros mais complicados como Cavalinhos, ou a Ribeira da Mata, etc..


Mas já nada é como dantes, em que víamos nascer o sol e o sol a pôr-se, por vezes na solidão de um qualquer pesqueiro surgia o ruído de uma qualquer aeronave a cortar o mesmo, numa qualquer praia desta costa atlântica no litoral sintrense.

PESCA DE ARRASTO COM GANCHORRA

A Ganchorra é uma arte de arrasto, rebocada por uma embarcação perto da costa ou por pescadores na zona de maré, destinada á captura de moluscos bivalves.
É composta por uma armação metálica dotada de um pente de dentes na parte inferior à qual está ligado um saco de rede.
A pesca com ganchorra pratica-se de norte a sul, no zona sul do país pratica-se entre Vila Real de S. António a Sagres, utilizando:

Pescador na apanha de bivaldes com ganchorra

  • O arrasto de cintura ou arrasto de cinta é uma draga manual, utilizada em zonas de areia, na maré baixa, constituída por um cabo de madeira, uma cinta e uma armação em ferro, com uma pá na parte inferior, a qual possui um saco de rede;

Ganchorra manual

  • O arrasto de popa ou Vara que é uma arte de arrasto pelo fundo, rebocado com uma embarcação. É constituído por uma estrutura formada por dois patins metálicos ligados a uma vara de madeira ou de ferro, a qual tem entralhado um saco de rede;

O arrasto de mão ou arquim que é composto por uma vara de madeira e por um aro de arame, que tem entralhado um cone em rede. É utilizado nos bancos de areia durante a maré baixa, a partir da praia.

Barco de arrasto com ganchorra

Esta arte de arrasto está devidamente regulamentada por vários decretos:


Decreto Regulamentar n.º 43/87 de 17-07-1987,

Decreto Regulamentar n.º 45/87 de 17-07-1987,

CAPITULO VIII

Pesca com ganchorra

Artigo 33.ºDefinição da arte

1. Entende-se por ganchorra uma arte de arrastar, destinada à captura de moluscos bivalves, constituída por uma armação metálica com um pente de dentes ou com um varão ou tubo cilíndrico na parte inferior, à qual está ligado um saco de rede que serve para a recolha dos bivalves.

2. A ganchorra poderá ser promovido com uma grelha de barra paralelas soldadas à parte inferior da armação e dirigida ao interior do saco.

Na legislação que regulamenta a área e limites de pesca, onde se exercer a pesca de bivalves, podemos ver os limites de profundidade e a distância da costa onde se pode pescar.

Portaria n.º 149/92 de 10 de Março,

Artigo 5.º

Limites interiores das zonas de operação

Os limites interiores das zonas de operação referida no artigo anterior são definidos pelo batimétro dos 3 metros na baixa-mar, dos 4,5 metros na meia-maré e dos 6 metros na praia-mar.

Portaria n.º 1102-E de 2000, de 22-11-2000,

Artigo 12.º,

Limites interiores das zonas de operação

1. O exercício da pesca com ganchorra rebocada por embarcação só é permitido em profundidades superiores a 2,5 metros.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a pesca com ganchorra rebocada por embarcação não pode ser exercida a menos de 300 metros da linha de costa em áreas concessionadas, durante a época balnear.

No campo ambiental temos que o uso da ganchorra, ou qualquer outra arte de arrasto, quando arrastado pelo fundo, destrói os habitats das espécies bentónicas, afectando também a produtividade das outras espécies.

Os habitats costeiros são um local fértil e propicio ao acasalamento, reprodução e crescimento de muitas espécies de espécies de peixes e bivalves.

Ao destruirmos os habitats costeiros, destruímos uma das maiores fontes de peixes que consumimos.

As ganchorras, as redes de arrasto e equipamentos semelhantes são os grandes responsáveis pela destruição que se verifica em praticamente todas as zonas pesqueiras, matando, esmagando, enterrando ou expondo aos predadores as criaturas marinhas que ai vivem.

Não existem sítios a salvo de técnicas de pesca destrutivas, como o arrasto.

Dei realce a esta arte, transcrevendo os pontos que considerei de maior relevo, a nível legislativo, para a análise do que não é, ou eu considero não ser, cumprido pelos pescadores profissionais.

No fim do verão passado, escrevi uma crónica de férias, em que expunha que durante a minha estadia na região de Tavira, com as visitas diárias á praia da Manta Rota, tinha constatado que a recolha de bivalves através do arrasto me parecia estar a ser praticada dentro da legalidade, por a distância do arrasto em relação á costa, quanto a mim, não estar a ser cumprida. Após ler a legislação fico mais convencido de que tinha e, tenho razão, claro que não posso provar porque não fiz qualquer medição, a não ser o cálculo feito à vista na minha perspectiva visual.

Todos nós pescadores de lazer, temos visto que em muitas ocasiões os diferentes barcos de pesca estão tão próximo da costa que duvidamos da sua própria segurança, e por isso muitas vezes encalham pondo em risco as vidas dos pescadores profissionais e dos profissionais que têm de fazer o salvamento, tal como todos os anos vem noticiado nos nossos órgãos de comunicação social.

Constatei que para algumas destas artes utilizadas a partir da própria praia, nomeadamente, na arte do arquim. Que todos os anos se vêm na maré-vazia realizar este trabalho.

Mas, a situação mais alarmante que me chamou à atenção, foi a de durante cerca de quinze dias de idas à praia, nunca se me deu ver um elemento da autoridade marítima, quer a pé quer um barco de guerra, para fiscalizar tal ou, tais actividades.

Perguntarão o porquê deste artigo, não mais do que trazer até vós o conhecimento de uma arte de pesca profissional que bem cumprida servirá de pão a muita gente, mas a fuga á legislação poderá trazer grave instabilidade ao meio marinho podendo chegar ao desaparecimento das espécies em causa.
Todos nos lembramos dos problemas causados pelos barcos espanhóis no passado devido á pesca ilegal.
No entanto ao lermos alguns dos muitos artigos consultados por mim, poderemos constatar de que existe por parte dos serviços que fiscalizam esta pesca uma tentativa de controlar, através da monitorização, da calibragem e, sensibilização dos pescador para a necessidade da preservação das espécies.
Tudo isto não se refere unicamente ao sul de Portugal, mas sim, a todo o país.

Os dados foram recolhidos nos sites:

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

BEACH LEDGERING

O “beach ledgerind”, em português podemos denomina-la de “pesca de lançamentos curtos”, termo de origem anglo-saxónico, é uma técnica especifica com origem no “surfcasting”, que ao longo dos tempos foi criando um estilo e uma identidade própria, a diferença centra-se no material e na técnica usada.

Muito praticada nas costas mediterrâneas do sul da Itália, França e Espanha, em Portugal o melhor local para se poder praticar esta modalidade é sem sombra de dúvida o Algarve, não quer com isto dizer que em casos pontuais não se possa fazer em outras zonas do país, quando o mar cai.

As diferenças não são abismais, e muitos apaixonados do “surfcasting” praticam-na regularmente com material ligeiro e mar calmo, centram-se nos lançamentos que são feitos a pequenas distâncias, isto é, como costumo dizer lançamos para debaixo dos pés.
Pretende fazer-se capturas em condições de mares calmos, ou pouco agitados, onde os fundos são pouco mexidos, quando as capturas são pouco produtivas com os grandes lançamento, onde na maioria das vezes o peixe nada em busca de alimento aproximando-se de águas pouco profundas, junto da zona que marca o limite da praia-mar numa faixa que se estende por cerca de 30 metros, mar dentro, onde exista um fundão, um canal, ou aproveitando a maré na vazante e acompanhando-a na sua vaza.





Praia Grande de Sintra



Podemos pescar nos areais das praias, em zonas rochosas, ou mistas da nossa costa mas sempre ao nível do mar.
Temos melhores oportunidades ao nascer do dia e ao pôr-do-sol, quando as águas estão escuras, podemos procurar capturas durante o dia, mas com águas límpidas e paradas as hipóteses são reduzidas.
É uma técnica que não requer uma particular preparação atlética, porque não são necessários os lançamentos para grandes distâncias, para além das ondas, como os praticados no “surfcasting”. Devemos praticar esta técnica, tal como referimos atrás, com mares calmos, pouca ondulação inferior a 1 metro, essa pequena ondulação terá de ser activa no fundo, o que fará com que os fundos sejam remexidos e o peixe seja atraído para esses locais em busca de alimento.
O equipamento de pesca deverá ser ligeiro, poderemos consoante a zona de pesca utilizar dois modelos de “canas”:

uma “ligeira” com capacidade de lançar entre 10 e 40 gramas;
outra “média” para lançamentos na ordem dos 40 a 120 gramas;

Com um comprimento compreendido entre os 3 a 3,5 metros e os 4,5 a 5 metros, de modelo duas a três partes de encaixe ou telescópicas, de fácil arrumação e transporte.

O “carreto” deverá estar equilibrado com a cana e ser também leve, eu prefiro os de bobine fixo e com o embraiagem frontal.

O “monofilamento” nunca irá além dos diâmetros de 0,45/0,50, mas os diâmetros mais utilizados nesta especialidade andam entre os diâmetros de 0,18/0,20 até aos diâmetros de 0,30/0,35, sendo conveniente usarmos monofilamentos de qualidade, e termos o cuidado de quando voltarmos da pesca cuidarmos da lavagem de todo o material em água corrente para retirar o sal, e após três ou quatro idas á pesca retirarmos o fio da bobine, passarmos o fio por um pano embebido em “vaselina líquida” quando da rebobinagem do mesmo. Esta manutenção elimina os resíduos de salitre e proporciona uma recuperação do fio, nomeadamente a nível da elasticidade.

As “chumbadas” que iremos utilizar poderão ter os mais diversos formatos, desde as redondas, piramidais, oblongas, achatadas ou mesmo as furadas, que nunca ultrapassarão as 100 gramas, consoante as canas que estivermos a utilizar.

O “isco” não diferencia do usado nas outras técnicas de pesca, a grande diferença centra-se na utilização mais de iscos moles, já que como os lançamentos são mais suaves a possibilidade do isco cair é diminuta.

Devemos mais uma vez pôr em prática os conhecimentos que temos sobre a zona onde vamos pescar, no campo das condições técnicas do pesqueiro como no alimento que as espécies ali procuram. Se estivermos numa qualquer praia de areia, o isco utilizado deverá ser à base de anelídeos, amêijoa, berbigão, e a multifacetada sardinha.




Tiagem Camarão Sardinha


Em zonas rochosas podemos juntar às anteriores o camarão, o mexilhão, a lapa, o caboz, o caranguejo, etc. Podemos ou não utilizar um engodo mesmo em pleno areal, sempre ajuda a atrair o peixe.
Ao aparelho utilizado podemos associar um engodador, dos utilizados na pesca de águas interiores, de compra ou de bricolage, feito com uma simples caixinha de plástico de rolo fotográfico e um tubo de cotonete, fura-se a tampa e o fundo da caixinha, cola-se o tubinho de cotonete ao fundo da mesma com cola de cianeto, o fio corre por dentro do tubo de cotonete.


Praia Pequena do Rodízio


Tal como no “surfcasting” poderemos ou não utilizar “suportes de apoio” para colocarmos as canas enquanto esperamos que por ali passe um qualquer incauto predador esfomeado que decida provar o nosso isco.
Muitos pescadores de “beach ledgerind” as praias com a cana na mão procurando o peixe ao longo dos pesqueiros. As imagens representam, quanto a mim, duas situações típicas de mar em condições de se praticar o “beach ledgerind” na costa sintrense, mais haverá, praias não faltam
Espero ter contribuído para o esclarecimento de mais uma das muitas variantes da pesca desportiva
Nesta especialidade podemos pescar todo o tipo de predadores comuns ao “surfcasting”, caso dos robalos, sargos, douradas, e muitas outras espécies de peixes da nossa costa, nomeadamente os planos que se encontram enterrados nos fundos de areia, durante as vazantes ao recolhermos as linhas podemos despertar-lhes a atenção para o isco.
Nesta especialidade da pesca de costa com cana devemos sempre efectua-la em companhia de uma cana de “surfcasting” para conseguirmos alcançar toda a dimensão de mar á nossa frente.





Praia Pequena do Rodízio


Deixo-vos aqui uma montagem para a pesca ligeira da autoria de Robert Perret, que poderá ser usada nesta técnica de pesca.
A novidade neste aparelho é a existência de um segundo estralho de 10 ou de 20 centímetros, de preferência com um anzol mais pequeno que o do estralho principal, colocado a 10 ou 20 centímetros do primeiro.





As próximas imagens de aparelhos de pesca são realizadas e utilizadas por mim.
Com chumbada furada de correr, esférica ou oblonga, a linha passa pelo seu interior ficando solta para o iscada vogar ao sabor da corrente. O espaço entre as pérolas é aleatória podendo ser maior ou menor ao critério do pescador, tendo em conta que a pérola que fica próximo da ponteira tem de ficar fora da ponteira para não prejudicar o lançamento. O comprimento do estralho deverá ter cerca de 1,20 metros, consoante o estado do mar será encurtado ou alongado
E com chumbada fixa, aqui a distancia entre o destorcedor triplo e chumbada também é ao critério do pescador, estando o seu tamanho relacionada com as condições de pesca. O tamanho do estralho poderá ser maior ou menor que o comprimento do fio que liga o destorcedor à chumbada, e o seu comprimento está relacionado com as condições do mar.
Eu normalmente uso um só anzol, no máximo dois por cana, mas podemos usar até três, que é o máximo autorizado por lei por cana, e não podemos pescar com mais de três canas por pescador. Deixo-vos aqui dois aparelhos que habitualmente utilizo.







A medida do anzol está directamente relacionada com o tamanho dos peixes que pretendemos capturar. Deveremos usar um anzol que nos evite apanhar espécies muito pequenas, pois apanhando-as com a medida não regulamentar estamos a prejudicar o futuro do nosso prazer de ir à pesca.
Podem encontrar mais dados sobre esta técnica de pesca desportiva na seguinte

Bibliografia e webgrafia.

Bibliografia:

Mundo da Pesca ( artigo de Fernando Corvelo, pescador algarvio)
Mundo da Pesca ( artigo de Miguel Soler, pescador espanhol)

Webgrafia:

LE TECNICHE DI BASE DEL BEACH LEDGERING
Pesca dalla riva nel Mediterraneo




Fiquem bem

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O minha atitude perante o surfcasting

Em Abril de 2005, dava assim para um fórum a minha forma de estar e ver a a pesca desportiva ou lúdica.
O tema foi me suscitado num fórum, através de um questionário ao qual tive imenso prazer em responder, e como tal resolvi utiliza-lo como tema de fundo.
Tenho mais prazer em pescar na praia mas, quando tenho companhia também gosto de ir para pesqueiros complicados de aceder, pela adrenalina que provocam.

Se vou para a praia da Adraga, uma das minhas favoritas, com bons acessos, praia com boa inclinação, procuro ficar ora na esquerda , a minha zona preferida, ou á direita, raramente ao meio, mas tudo depende do espaço que houver ao meu dispor, quer se estão mais pescadores ou mesmo banhistas a ocuparem a praia, tento não incomodar e ao mesmo tempo espaço para mim, já que ir á pesco no meu caso é um passatempo para descontrair, e caso obtenha uma grade fico na mesma..
Mas cada praia é uma situação diferente, por exemplo, a praia da Aguda, é formada por inúmeros caneiros do lado esquerdo, é ai que fico habitualmente, ou do lado direito em direcção a Magoito, no areal misto de areia com alguns lajões.
Por vezes vou até algumas falésias, mas só acompanhado.

Quanto á pobreza dos fundos de areia serem pobres, é um engano. Quando o mar remexe bem os fundos é o local ideal para o Robalo e outras espécies, porque ao ser remexida areia liberta muitos organismos vivos que servem de alimento na cadeia alimentar dos peixes.

A identificação de um bom pesqueiro depende muito de dia para dia, o que foi bom ontem pode hoje já não o ser, mas um mar bem remexido é para mim o ideal.
A maré para mim é quando posso ir á pesca, mas claro prefiro a encher, no entanto as meias águas são as que melhor resultado me tem dado, ao amanhecer ou ao anoitecer, como com os meus cinquenta anos já não me apetece levantar cedo vou de preferência ao anoitecer.

Olhe tento lançar o mais longe possível, mas isso depende do tipo de praia para onde vou, por vezes na Aguda pesco como se costuma dizer para debaixo do pés, mas por exemplo numa praia como a de Santo André perto de Sines por vezes não é necessário lançar para muito longe já que por vezes está muito cavada, no caso de estar no Algarve nomeadamente na Manta Rota entro pelo mar dentro já que ai as águas estão pouco desniveladas e lanço, depois retorno para fora de água e espero que a sorte me toque no anzol.

Para tudo além do saber, pouco sei, é também necessário alguma sorte, contrariando alguns.

Bem espero ter satisfeito a vossa curiosidade.
Fiquem bem.

CALCULO DA CHUMBADA DE LANÇAMENTO DE UMA CANA DE “SURFCASTING”

Para se obter o máximo nos lançamentos, especialmente no “surfcasting”, é necessário dedicar uma certa atenção a alguns princípios físicos e dinâmicos.

A resistência de uma cana e o peso da chumbada cuja relação dá maior rendimento ao lançador pode ser determinada de uma forma simples.
Coloca-se o punho da cana num apoio de forma a que seja fixada com um peso ou qualquer outro meio no cabo, a cana deve permanecer horizontalmente e bem segura.
No fio geral, que logicamente se passou pelas argolas e ponteira, colocam-se pesos até que a cana forme com ela própria um ângulo de 90 graus.
Ao chegarmos a este ponto, estamos no limite de resistência da cana que se traduz pela totalidade de pesos colocados na extremidade do fio geral.
Sabendo-se aquele valor, para obter o maior rendimento, devem ser utilizadas chumbadas cujo peso oscile entre a centésima parte do peso colocado na ponteira e a quadragésima parte do seu valor.
Do ponto de vista físico e utilizando as fórmulas que nos dão as tolerâncias de peso, temos:
P
R= ___________
100

e

P
R1= ____________
50


em que:
R é a resistência
P o peso total suspenso no fio

Exemplo:

Uma cana cujo peso seja 10 Kg,



10 000 gr
R= ___________ = 100 gr
100

e

10 000 gr
R1= ___________ = 200 gr
50
Temos portanto que para uma cana cuja resistência seja de 10 kg, as chumbadas a utilizar deverão oscilar entre as 100 gr e as 200 gr.
Espero que seja útil.
Fiquem bem.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A DEFESA DO MEIO MARINHO E A PESCA DESPORTIVA

As hostes desportivas andam em polvoroso com a regulamentação da pesca desportivo ou de lazer, quer a praticada a partir da costa quer a embarcada, já que a de águas interiores e subaquática se encontram á muito regulamentadas. Mas, o que até este momento mais preocupa os pescadores desportivos é sem dúvida a defesa do meio marinho, onde a falta de espécies pescáveis é enervantemente real, esta atitude dos pescadores é de realçar já que os profissionais pelas práticas muitas vezes ilícitas, quando pescam com redes de malhas não regulamentadas, quando se abeiram de zonas proibidas ou quando tudo o que vem á rede é peixe, não parecem, estar muito preocupados com o mesmo tema, e deviam-no estar já que o futuro deles se irá reflectir na existência de pescado em maior ou menor quantidade. Devemos no entanto dizer que existem muitos pescadores desportivos que de desportivos não têm nada, tendo em conta que para eles também tudo o que vem ao anzol é para levar para casa, quer tenha ou não as medidas regulamentadas, ou praticam uma pesca profissional disfarçada de desportiva para fugirem aos impostos e angariarem assim mais proventos, ao seu magro salário, muitas vezes vindos de outras profissões.
Nestes últimos dias surgiram na NET, no fórum do http://www.pescaemportugal.com/ *, preocupações mais que justificadas sobre como os pescadores desportivos ou de lazer poderiam dar o seu contributo para a melhoria de uma lei, Decreto-Lei n.º 246/2000 de 29-09-2000, que se encontra regulamentada mas, parece que ninguém conhece mas todos querem contribuir para a sua melhoria e que assim agrade a todas as partes, amadores e profissionais da pesca em Portugal. E é com este escrito que vou procurar dar o meu contributo como cidadão consciente, que considera ter chegado a hora de esclarecermos que a falta de peixe não se deve só á prática desportiva como muitas vezes é aventada pelos armadores de pesca.
Do muito que se falou neste fórum vou procurar fazer um breve resumo:
Como intervir perante os órgãos que dirigem o país de modo a não penalizarem somente os pescadores desportivos, mas sim, encontrar um equilíbrio de preservação das espécies para no futuro existirem para todos;
Para onde e a quem irão beneficiar os dinheiros obtidos com as diferentes licenças de pesca desportiva pagas pelos praticantes desta modalidade tão popular no nosso país, como em todo o mundo;
Deverão os pescadores desportivos recorrer somente ás organizações associativas já existentes, nomeadamente a EFSA e as Águas Selvagens e Colectividades Recreativas com secções de pesca ou, deverão eles mesmos associar-se em novas associações , como o transformar um popular fórum ou página da Internet em associação desportiva, ou colaborar por petição de cidadão individuais;


Eu pessoalmente penso que todas as vias atrás enumeradas são importantes, viáveis e deverão ser utilizadas para os pescadores se fazerem ouvir, quer colectivamente, quer individualmente, como parte interessada e interventiva na protecção das espécies marinhas que lhes proporciona tantas e tantas horas de prazer. E, porque não sair de uma página da web um grande clube ou associação de pescadores desportivos, que venha a contribuir em conjunto com as muitas formações associativas, profissionais e desportivas, já existentes para a consciencialização dos pescadores profissionais e desportivos na protecção das espécies que nos alimentam e tanto prazer dão aos que procuram nesta actividade de lazer.
No entanto, por vezes, questiono-me sobre o comportamento de todas as outras associações de pesca desportiva, que congregam os muitos clubes e secções de pesca desportiva, que se encontram, por todo o país, de norte a sul.

Concluo que todo este trabalho deve ser feito em perfeita união de esforços entre toda a sociedade civil dentro da legalidade constitucional com a finalidade extrema de defender este planeta que tão maltratado tem sido pelo Homem.

Publicado em 18 de Abril de 2005

Nota: * O site foi entretanto cedido á EFSA Portugal

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

“Cauda de Rato Cónica”, Ponte ou Chicote

Em , 23 de Abril de 2005, escrevi este tema que muitas vezes complementa no "surfcasting" a possibilidade de lançar mais longe.
Como definição temos:
Ponte - que é um segmento descentrado, de comprimento variável, com cerca de dez metros, que será unida à linha do carreto na sua extremidade mais fina, a correspondente à do carreto, e na mais grossa os extralhos.

A “Ponte comercial

A "Ponte comercial" é uma ponte cónica em forma de bobine de monofilamento descentrado numa só peça, sem nós nem novelos.
A forma de utilização é a seguinte:

A parte mais fina da ponte deverá ser muito semelhante ao diâmetro da linha do carreto;
Quando a linha do carreto é de 0,20 mm devemos utilizar pontes que comecem com esse diâmetro e que engrossem até 0,50 mm ou 0,60 mm;
Utiliza-se linhas muito parecidas apenas porque só assim é possível garantir a eficácia do nó que une a linha do carreto à ponte;
Se os diâmetros diferirem 0,10 mm, não será garantida a eficácia do nó.

Temos como alternativa sermos nós próprios a construir as nossa ponte, à qual se dá o nome de “Ponte caseira”, as quais podem ser de construção simples ou elaborada:

Ø Simples
Composta por três troços com três metros cada um, para a sua realização saltamos de 0,10 mm em 0,10 mm, isto é, cada três metros utilizamos diâmetros diferentes, 0,30 mm, 0,40mm e 0,50 mm.

Ø Elaborado
De elaboração complexa;
Trata-se de sete troços de dois metros cada um e com saltos de cinco em cinco centésimos de milímetro;
Começamos com 0,20 mm e terminamos com 0,55 mm.

Pessoalmente costumo colocar como ponteira cerca do dobro da tamanho da cana que estou a utilizar.
Existem já marcas que comercializam chicotes comerciais em bobines de cinco pontes com quinze metros cada, casos da Veja e Fisherman.
Espero que este artigo sirva para aumentar e enriquecer os vossos conhecimentos.